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Arrisque! Sem medo de ser feliz!

  • Teresa Sousa
  • 17 de mar. de 2016
  • 4 min de leitura

Joana era diretora comercial de uma conceituada empresa internacional de cosmética em Portugal, função que conquistara ‘a pulso’, com o seu trabalho e empenho. O seu maior desejo era assumir a direção geral da empresa-mãe sediada em França. Para ela trabalhara, árdua e diariamente. Um dia, esse momento chegou e finalmente foi promovida. Deveria assumir a sua nova função, no primeiro dia útil do mês seguinte. A empresa ficou responsável pelo seu alojamento e reserva do bilhete de avião e à Joana, restava-lhe apenas organizar-se, para partir na direção daquele que era o seu maior desejo. Assim fez, mas exatamente no dia em que deveria apanhar o avião, adormeceu, inexplicavelmente. Para a empresa, esta atitude da Joana não foi de todo aceitável e resolveram, de um modo rápido e eficaz, atribuir a função a alguém que, segundo eles, fosse mais responsável e estivesse realmente interessado! Para a Joana, além do tremendo desgosto, era incompreensível o que a levara a perder o voo!

Renato é um empreendedor na busca da sua realização profissional. O seu projeto atual tem um percurso sustentado em horas de trabalho árduo, difíceis opções e muito empenho e determinação. Os amigos admiram-no pela ‘luta’ permanente pelos seus projetos, no entanto, tem dificuldade em perceber o que o leva a, no momento em que os projetos ‘têm pernas para andar’, desinteressar-se, abandonando os mesmos e a recomeçar novo projeto, empreendendo, de novo, esforço e trabalho para a sua possível concretização! André tem, atualmente, uma vida estável sob o ponto de vista pessoal e profissional, fruto de muitas opções e sacrifícios que passou para a alcançar. Pode desfrutar da mesma de um modo tranquilo e prazeroso, mas passa os seus dias ansioso e preocupado com o que lhe pode vir a acontecer no futuro!

O que está subjacente a estes três desfechos? O medo de obter sucesso e ser feliz, sentido, inconscientemente, pelos seus personagens! Atualmente, muito se fala sobre felicidade, mas a verdade é que ainda somos um povo pouco habituado a conviver com o que designamos por um estado de bem-estar imenso, associado a sentimentos de alegria e prazer. O Fado (destino), assim se caracteriza a música portuguesa, descreve-nos como um povo triste, vítima das circunstâncias que a vida nos proporciona. Um povo sem determinação para tomar as rédeas da sua vida e ousar ser feliz! Correr atrás dos sonhos, alcançar objetivos, ser autêntico, independentemente das escolhas que tenhamos que fazer e ter prazer manifesto com o modo de vida alcançado ainda é pouco usual para muitos de nós, causando, com frequência, em simultâneo, ansiedade e frustração pela incerteza do que pode estar para chegar, bem pelas consequências que este nosso modo de estar feliz pode acarretar na relação com os demais. Na realidade, todos nascemos felizes e podemos ser felizes! Ser feliz e aproveitar a vida ao máximo é uma opção que depende essencialmente de nós, mas nem sempre a tomamos, por uma espécie de medo de ser feliz.

«Quase sempre a maior ou menor felicidade depende do grau da decisão de ser feliz», Abraham Lincoln.

Mas, não é o que todos queremos, ser felizes? Então, porquê este medo, esta culpa? Em 1916, no artigo Os que fracassam ao triunfar, Freud associa este medo/culpa a um conflito interno, entre o ser feliz e algumas crenças primordiais, entre as quais a de que não temos direito a ser felizes, satisfazendo os nossos desejos/sonhos. O mesmo é também associado ao conflito entre o ser feliz e a necessidade de sair da ‘zona de conforto’, onde tudo decorre sempre sem sobressaltos da mesma maneira. Em 2013, a psicologia, através de um estudo publicado, no qual utilizou uma ‘Escala de Medo da Felicidade’, associa também este medo/culpa à crença de que a felicidade tem como consequência toda uma série de outras coisas, nenhuma das quais boas. Para algumas pessoas, esta associação inconsciente é tão poderosa que gera elevados níveis de ansiedade, perturbando o seu estado de paz interior. Basta que tenham passado por uma experiência feliz, seguida de uma desilusão ou dor, para pensarem que a felicidade é como uma maldição e desenvolvam mecanismos de defesa que as levam a evitarem oportunidades que lhes podem proporcionar bem-estar, alegria e satisfação. O peso e a crença de que as experiências anteriores tendem a repetir-se no futuro, vai condicionar as suas situações futuras. Em alguns casos, este medo assume, também, um peso cultural, sustentado por uma sociedade onde a dor e o sofrimento ainda são valorizados, bem como pela crença de que ser feliz é um ato de egoísmo e falta de respeito pelos demais que atravessam momentos difíceis!

Não tenha medo de arriscar e ser feliz! Permita-se ser feliz sem medo, sem culpa!

  • Questione as suas crenças, reformule o seu pensamento!

  • Ser feliz só depende de si, é uma escolha que só você pode fazer! Como tal, não a atribua a terceiros nem a fatores externos. Só assim pode assegurar que este sentimento perdure em si. Ao fazê-lo, liberta os que estão consigo dessa responsabilidade, o que contribui para relações saudáveis e harmoniosas.

  • Você é único e merece ser feliz de acordo com as suas necessidades!

  • Ser feliz não aumenta nem diminui a hipótese de situações negativas poderem ocorrer, mas contribui para lidar melhor com as mesmas, se estas ocorrerem.

  • Arrisque novos caminhos e estratégias na direção da vida que quer ter! O que pode perder? Muito menos do que o que perderá se não arriscar. O que pode ganhar? Tudo, ter prazer manifesto com a vida alcançada, viver de acordo com os seus valores, sem disfarces e ser feliz!

  • Aceite as escolhas que teve que fazer para chegar ao momento atual, sem arrependimentos! Desfrute do momento presente, sem medo nem culpa pelo seu bem-estar e felicidade!

  • Demonstre, sem receio, perante os outros que é feliz! Eles irão respeitá-lo e admirá-lo pela sua sinceridade e autenticidade.

  • Ser feliz permitir-lhe-á sentir maior confiança e desejo de também contribuir para o bem-estar e felicidade dos outros!

  • Liberte-se de tudo e de todas as pessoas que impedem a sua felicidade! Se necessário, recorra a um apoio especializado!

Faça um favor a si mesmo: Seja feliz, sem culpa, sem medo!

Por Teresa Sousa Coach Profissional, Psicóloga Clínica Consultora/Formadora na Área Comportamental e de Recursos Humanos Associada da Apcoaching www.coachingmais.com teresa.sousa@coachingmais.com

 
 
 

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